A cineasta belga Agnès Varda nos deixou no último dia 29 de março. Uma das precursoras da Nouvelle Vague, Mme Varda realizou obras de imensa importância no formato curta metragem. Nesta primeira edição do Cineclube Curta Cinema 2019, com o o apoio inestimável da Cinemateca Francesa do Consulado da França, exibiremos 4 curtas realizados entre as décadas de 60 e 70. Organizados dentro de um recorte temático político/social, os quatro filmes que dão uma visão do perfil ativista e contestador da realizadora. Abrangendo temas de grande atualidade, que vão do manifesto feminista ao movimento negro, o programa explicita a força criativa e atemporal do trabalho de um dos maiores nomes do cinema mundial. Após a exibição debate com: Anna Azevedo - Cineasta; Marina Fonte Pessanha - documentarista e curadora; Sabrina Fidalgo - cineasta e roteirista; Luíza Alvim - pós-doutoranda UFRJ.

Curadoria: Ailton Franco Jr, Paulo Roberto Jr e Thomas Sparfel

Dia 16/04, às 19h, no Cinemaison. Entrada Franca!

OS PANTERAS NEGRAS

DIR: Agnès Varda . 27 min . França . 1968

No verão de 68, os Panteras Negras de Oakland (Califórnia) organizaram vários debates de conscientização em torno do processo de um de seus líderes, Huey Newton. Eles queriam – e conseguiram – chamar a atenção dos americanos e mobilizar as consciências negras, durante esse processo político. Neste sentido, deve-se realmente datar este documento: 1968.

PRAZER AMOROSO NO IRÃ

DIR: Agnès Varda . 6 min . França . 1976

Como falar de amor levando o olhar em direção às mesquitas, ou falar de arquitetura no buraco do travesseiro? Este curta-metragem é uma variação sobre as reviravoltas amorosas de Pomme e Ali Darius. Mas pode ser também o delírio de qualquer casal apaixonado, em lugares tão perfeitos quanto a Mesquita do Rei, em Ispahan, ponto de convergência entre arte sacra e arte profana. Curta-metragem produzido como complemento ao longa Uma canta, a outra não.

TIO YANCO

DIR: Agnès Varda . 18 min . França . 1967

“É um retrato-reportagem do pintor Jean Varda, meu tio. Na periferia aquática de São Francisco, centro intelectual e coração da boemia, ele navega com velas latinas e pinta cidades celestes e bizantinas, pois é grego. No entanto, ele é muito ligado ao movimento jovem americano, e recebe hippies na sua casa-barco. Sobre como eu descobri o ‘meu tio da América’ e o quão maravilhoso ele é, é o que mostra este curta-metragem em cores.” (Agnès Varda)

RESPOSTA DE MULHERES

DIR: Agnès Varda . 8 min . França . 1977

“A pergunta ‘O que é ser uma mulher?’ foi proposta pelo segundo canal de televisão francês a várias mulheres cineastas. Este cine-panfleto é uma das respostas possíveis, no que diz respeito ao corpo das mulheres – nosso corpo –, do qual se fala tão pouco quando se fala da condição feminina. Nosso corpo-objeto, nosso corpo-tabu, nosso corpo com ou sem seus filhos, nosso sexo, etc. Como viver nosso corpo? Nosso sexo, como vivê-lo?” (Agnès Varda).